O veterinário
Numa pequena cidade, morava um homem muito conhecido por todos. Seu
Daniel era um bom homem, trabalhava bastante e era muito sozinho. Mas,
para apartar a solidão, ele tinha Leôncio, seu cachorro de estimação.
Leôncio era um vira-lata bem esperto que sempre acompanhava seu Daniel
onde quer que ele fosse e, também, era bem conhecido na área por viver
acompanhando seu dono e por sempre esperar por ele no mesmo horário em
que ele chegava do trabalho.
A rotina de seu Daniel era acordar cedo, alimentar seu cachorro e sair
para o trabalho, voltando às 4 da tarde, e sempre que voltava, lá
estava Leôncio lhe esperando sentado na varanda. Ele chegava, tomava
banho e já levava seu cachorro para passear. Voltavam para casa às oito
da noite, isso quando seu Daniel não parava no bar de seu Osvaldo para
tomar uma cerveja. E enquanto ele bebia sua cerveja, lá estava Leôncio,
sentado em seus pés, esperando o dono para voltarem para casa.
Até que numa certa vez, foi morar ali próximo um homem. Era um homem
de aproximadamente 52 anos que também aparentava viver só. Como a cidade
era pequena e o bairro menor ainda, todos já se conheciam, e a chegada
de um estranho era motivo para que as pessoas começassem a se
entreolhar.
Todos os dias, esse novo morador saía cedo para comprar pão, voltava,
saía às onze e voltava para casa às sete da noite. Ele era na dele,
bastante solitário, o que fazia com que as pessoas o olhassem com
desprezo e estranhamento:
- É melhor tomarmos cuidado com esse cara, hein?
Comentavam as pessoas:
- Pois é, qualquer coisa estranha que começar a acontecer aqui, temos
que ver bem se não é obra desse estranho.
E assim as pessoas iam comentando sem nem sequer terem dado um oi para o
pobre homem que não fazia nada além de sair cedo e voltar durante à noite.
Quase sempre, quando o homem voltava do trabalho, ele via Daniel
voltando do bar com Leôncio que andava correndo a sua frente. Ele dava
um sorriso e entrava para dentro de casa sem notar o olhar de desdenho
de Daniel:
- Entra! Entra, Leôncio!
ordenou, enquanto via o cachorro bagunçar o lixo do vizinho estranho que
morava bem a sua frente.
Os dias foram passando até que numa certa vez, Daniel chegou do
trabalho e encontrou seu cachorro o esperando como sempre, porém, como
era um dia muito chuvoso e frio, ele resolveu não ir tomar sua cerveja
como de costume e ficou dentro de casa. brincou com Leôncio no quintal,
jogando a bola para ele, fazendo-o pegar e trazê-la de volta para suas
mãos. Brincar com seu cachorro era um hob, fazia passar seu tempo.
Daniel estava preparando a janta enquanto ouvia Leôncio correndo no
quintal, certamente brincando sozinho ou, talvez, correndo atrás de
alguma barata. Ele ouvia o cachorro latir, mas era bem normal, esses animais
sempre latem para o nada. Mas foi quando, na hora da janta, algo chamou
a atenção de Daniel. Seu cachorro sentou-se ao lado da cadeira e ele
jogou para o pobre animal ofegante um pedaço de carne. Ele cheirou, e a
comeu normalmente. Porém, Daniel percebeu que seu bichinho não estava se
sentindo bem. Estava cansado por demais e sua língua parecia está roxa:
- O que que foi, Leôncio? Você tá bem?
Ele joga mais um pedaço de carne para o animal que a come, e em seguida
se afasta. Daniel terminou de comer, lavou o prato, escovou os dentes e
foi desligar as luzes, pois, já estava se preparando para dormir. mas,
como de costume, ele foi dar uma boa noite para o seu companheiro e
checar se ele tinha água ou comida. Mas foi nesse momento que ele tomou
um baita susto. Seu cachorro estava deitado, aparentemente dormindo:
- Já dormiu?
Ele diz, se aproximando:
- Leôncio?
mexe no animal, e tamanho e o susto ao vê-lo com a língua roxa caída
para o lado, para fora da boca, totalmente roxa:
- Leôncio!
O homem grita em desespero e pega o pobre animal nos braços, sentindo-o
ainda mole e quente:
- Leôncio, não faz isso comigo, Leôncio! O que que você tem, filho?
Ele checa e nota que o pobre animal não mais respirava:
- Oh, meu deus! Socorro!
Ele grita, correndo com o animal pela casa e saindo na rua em seguida:
- Socorro!
Ele gritava, aos prantos:
- Meu cachorro!
Pessoas assustadas saíram para ver o que estava acontecendo e viram
Daniel com seu cachorro nos braços. Até o estranho homem saiu para ver o
que estava acontecendo e viu Daniel colocando seu cão aparentemente sem
vida no chão:
- Tá morto!
Ele dizia:
- Não, mas... Como?
Perguntavam as pessoas, não acreditando também no ocorrido. Leôncio era
um cãozinho muito conhecido e passou o dia super bem:
- Quando eu estava jantando, eu percebi ele bastante cansado e com a
língua roxa. Aí eu fui lá para checar a comida dele e encontrei ele
assim, com a língua roxa, tá quente ainda, acho que morreu tem poucos
minutos!
Explicava Daniel, sem notar o estranho vizinho ainda na porta olhando, e
ouvindo seu relato para as demais pessoas que ali se encontravam,
também, sem o notar:
- Ele comeu alguma coisa?
Perguntou um outro:
- Não, ele tava bem, isso foi de uma hora para a outra! Meu deus, esse
cachorro me acompanha por muitos anos, ele não pode me deixar agora!
Uma grande confusão então se instaurou, parando com algo surpreendente.
O estranho o vizinho se materializou ali, no meio daquela multidão e
todos o olharam com olhar de acusação, mas o homem continuou firme, e
disse:
- Se me permitirem, eu posso analisar o animal. Eu posso ajudar.
O dono do cachorro, soluçando já não sabia mais o que pensar. Então, sem
que qualquer pessoa pudesse se manifestar, ele se abaixou e analisou o
animal cuidadosamente, e disse, com total determinação:
- Ele não está morto!
E dizendo isso, começou a massagear o peito do animal enquanto
soprava-lhe o nariz. Algumas pessoas ficavam sem reação, enquanto outras
olhavam para o homem com olhar de desaprovação, como se o chamasse de
idiota e que aquilo não daria em nada:
- Foi uma parada cardíaca, o coração dele tá batendo muito, mas muito
fraquinho, eu tenho cinco minutos para reverter essa situação.
Disse o homem, voltando a fazer o que estava fazendo. Algumas pessoas
então, começaram a chorar e confiar naquele homem, ele parecia saber bem o
que estava fazendo. Porém, fazer isso era muito cansativo e o homem
quando cansava, olhava ofegante para as pessoas que olhavam para ele,
uns acreditando, outros sem reação, outros sem esperança, e o dono só
sabia chorar. mas o homem não desistia. Praticamente deitado no meio da
rua, ele volta a soprar o nariz do animal enquanto massageava seu
peito, imitando o movimento que seu coração deveria está fazendo. Mas
era sem sucesso. O cão não voltava e seu dono já estava sem esperanças e
o homem, já muito cansado, olha para a multidão e diz:
- Eu vou tentar pela última vez, o tempo tá correndo e se eu demorar
mais um pouquinho, o coração dele vai parar de vez.
O homem então, respira fundo e volta a fazer. Soprou e massageou, e
nenhum sinal de vida, mas ele continuou, e quando pensou que não mais
aguentaria, quando sentiu seu fôlego já se esgotar, ele deu mais um
sopro, empurrou o peito do cachorro, e então aconteceu. O animal abriu
os olhos e espirrou. Todos então, choraram, e um por um, começou a
abraçar aquele vizinho que eles tanto julgavam, enquanto o cachorro aos
poucos ia se levantando e a primeira coisa que fez foi ir até seu dono
que abaixou e recebeu uma lambida no rosto:
- Seu maluco, você quer me matar do coração, é? Nunca mais faça isso,
viu?
Dizia Daniel, ainda aos prantos ouvindo a respiração ofegante de seu cão
que agora estava alegre, lambendo o rosto de seu dono:
- meu nome é Davi. Sou veterinário, porém estou desempregado no momento.
Mas eu trabalho a muitos anos com isso e já salvei muitos cães assim.
Salvei alguns, perdi outros, sempre gostei de animais de estimação e por
isso escolhi essa profissão pra mim.
Dizia o homem, enquanto via o dono do cachorro se aproximar dele, e com
lágrimas nos olhos, lhe dizer:
- Muito obrigado, meu caro! Você foi mesmo um anjo que chegou aqui
nesse lugar. Se não fosse por você aqui, meu bichinho tinha morrido.
O cachorro lambe o pé do veterinário e faz todos rirem. Com o som das
risadas, o cachorro late:
- Já tá forte, hein?
Comentou o veterinário, já virando as costas, mas foi surpreendido pelo
dono do cachorro mais uma vez:
- Ei! Eu posso te dar um abraço?
E assim aconteceu. Se abraçaram, e depois daquele dia, Davi passou a ser
bem vindo naquele bairro. Ficou conhecido como um herói. Sua história
ficou tão conhecida que logo o homem foi chamado para trabalhar ali
próximo com o que ele sabia fazer. Estava trabalhando fazendo bicos,
pintando paredes, mas o que ele gostava de fazer era cuidar dos animais
e salvar a vida deles como ele salvou a vida de Leôncio. Ah, e depois do
ocorrido, Leôncio passou a ser o paciente que recebia tratamentos
gratuitos nos dias que Davi se encontrava. E agora, naquele bairro,
todos que passavam por ele o cumprimentavam lhe chamando de herói. Um
estranho que todos julgavam por ele ser novo no bairro agora passa a ser
conhecido como herói pelo povo da região, que aprenderam que jamais se
deve julgar um livro pela capa, e sim, pelo que tem dentro.
Davi não falava com a vizinhança porque percebia os olhares de
desprezo. Ninguém falava com ele. Mas quando Leôncio precisou, ali
estava Davi, pronto para ajudar. Esta foi uma lição de vida que ficou
ali naquele bairro, passando de geração em geração.
Daniel era um bom homem, trabalhava bastante e era muito sozinho. Mas,
para apartar a solidão, ele tinha Leôncio, seu cachorro de estimação.
Leôncio era um vira-lata bem esperto que sempre acompanhava seu Daniel
onde quer que ele fosse e, também, era bem conhecido na área por viver
acompanhando seu dono e por sempre esperar por ele no mesmo horário em
que ele chegava do trabalho.
A rotina de seu Daniel era acordar cedo, alimentar seu cachorro e sair
para o trabalho, voltando às 4 da tarde, e sempre que voltava, lá
estava Leôncio lhe esperando sentado na varanda. Ele chegava, tomava
banho e já levava seu cachorro para passear. Voltavam para casa às oito
da noite, isso quando seu Daniel não parava no bar de seu Osvaldo para
tomar uma cerveja. E enquanto ele bebia sua cerveja, lá estava Leôncio,
sentado em seus pés, esperando o dono para voltarem para casa.
Até que numa certa vez, foi morar ali próximo um homem. Era um homem
de aproximadamente 52 anos que também aparentava viver só. Como a cidade
era pequena e o bairro menor ainda, todos já se conheciam, e a chegada
de um estranho era motivo para que as pessoas começassem a se
entreolhar.
Todos os dias, esse novo morador saía cedo para comprar pão, voltava,
saía às onze e voltava para casa às sete da noite. Ele era na dele,
bastante solitário, o que fazia com que as pessoas o olhassem com
desprezo e estranhamento:
- É melhor tomarmos cuidado com esse cara, hein?
Comentavam as pessoas:
- Pois é, qualquer coisa estranha que começar a acontecer aqui, temos
que ver bem se não é obra desse estranho.
E assim as pessoas iam comentando sem nem sequer terem dado um oi para o
pobre homem que não fazia nada além de sair cedo e voltar durante à noite.
Quase sempre, quando o homem voltava do trabalho, ele via Daniel
voltando do bar com Leôncio que andava correndo a sua frente. Ele dava
um sorriso e entrava para dentro de casa sem notar o olhar de desdenho
de Daniel:
- Entra! Entra, Leôncio!
ordenou, enquanto via o cachorro bagunçar o lixo do vizinho estranho que
morava bem a sua frente.
Os dias foram passando até que numa certa vez, Daniel chegou do
trabalho e encontrou seu cachorro o esperando como sempre, porém, como
era um dia muito chuvoso e frio, ele resolveu não ir tomar sua cerveja
como de costume e ficou dentro de casa. brincou com Leôncio no quintal,
jogando a bola para ele, fazendo-o pegar e trazê-la de volta para suas
mãos. Brincar com seu cachorro era um hob, fazia passar seu tempo.
Daniel estava preparando a janta enquanto ouvia Leôncio correndo no
quintal, certamente brincando sozinho ou, talvez, correndo atrás de
alguma barata. Ele ouvia o cachorro latir, mas era bem normal, esses animais
sempre latem para o nada. Mas foi quando, na hora da janta, algo chamou
a atenção de Daniel. Seu cachorro sentou-se ao lado da cadeira e ele
jogou para o pobre animal ofegante um pedaço de carne. Ele cheirou, e a
comeu normalmente. Porém, Daniel percebeu que seu bichinho não estava se
sentindo bem. Estava cansado por demais e sua língua parecia está roxa:
- O que que foi, Leôncio? Você tá bem?
Ele joga mais um pedaço de carne para o animal que a come, e em seguida
se afasta. Daniel terminou de comer, lavou o prato, escovou os dentes e
foi desligar as luzes, pois, já estava se preparando para dormir. mas,
como de costume, ele foi dar uma boa noite para o seu companheiro e
checar se ele tinha água ou comida. Mas foi nesse momento que ele tomou
um baita susto. Seu cachorro estava deitado, aparentemente dormindo:
- Já dormiu?
Ele diz, se aproximando:
- Leôncio?
mexe no animal, e tamanho e o susto ao vê-lo com a língua roxa caída
para o lado, para fora da boca, totalmente roxa:
- Leôncio!
O homem grita em desespero e pega o pobre animal nos braços, sentindo-o
ainda mole e quente:
- Leôncio, não faz isso comigo, Leôncio! O que que você tem, filho?
Ele checa e nota que o pobre animal não mais respirava:
- Oh, meu deus! Socorro!
Ele grita, correndo com o animal pela casa e saindo na rua em seguida:
- Socorro!
Ele gritava, aos prantos:
- Meu cachorro!
Pessoas assustadas saíram para ver o que estava acontecendo e viram
Daniel com seu cachorro nos braços. Até o estranho homem saiu para ver o
que estava acontecendo e viu Daniel colocando seu cão aparentemente sem
vida no chão:
- Tá morto!
Ele dizia:
- Não, mas... Como?
Perguntavam as pessoas, não acreditando também no ocorrido. Leôncio era
um cãozinho muito conhecido e passou o dia super bem:
- Quando eu estava jantando, eu percebi ele bastante cansado e com a
língua roxa. Aí eu fui lá para checar a comida dele e encontrei ele
assim, com a língua roxa, tá quente ainda, acho que morreu tem poucos
minutos!
Explicava Daniel, sem notar o estranho vizinho ainda na porta olhando, e
ouvindo seu relato para as demais pessoas que ali se encontravam,
também, sem o notar:
- Ele comeu alguma coisa?
Perguntou um outro:
- Não, ele tava bem, isso foi de uma hora para a outra! Meu deus, esse
cachorro me acompanha por muitos anos, ele não pode me deixar agora!
Uma grande confusão então se instaurou, parando com algo surpreendente.
O estranho o vizinho se materializou ali, no meio daquela multidão e
todos o olharam com olhar de acusação, mas o homem continuou firme, e
disse:
- Se me permitirem, eu posso analisar o animal. Eu posso ajudar.
O dono do cachorro, soluçando já não sabia mais o que pensar. Então, sem
que qualquer pessoa pudesse se manifestar, ele se abaixou e analisou o
animal cuidadosamente, e disse, com total determinação:
- Ele não está morto!
E dizendo isso, começou a massagear o peito do animal enquanto
soprava-lhe o nariz. Algumas pessoas ficavam sem reação, enquanto outras
olhavam para o homem com olhar de desaprovação, como se o chamasse de
idiota e que aquilo não daria em nada:
- Foi uma parada cardíaca, o coração dele tá batendo muito, mas muito
fraquinho, eu tenho cinco minutos para reverter essa situação.
Disse o homem, voltando a fazer o que estava fazendo. Algumas pessoas
então, começaram a chorar e confiar naquele homem, ele parecia saber bem o
que estava fazendo. Porém, fazer isso era muito cansativo e o homem
quando cansava, olhava ofegante para as pessoas que olhavam para ele,
uns acreditando, outros sem reação, outros sem esperança, e o dono só
sabia chorar. mas o homem não desistia. Praticamente deitado no meio da
rua, ele volta a soprar o nariz do animal enquanto massageava seu
peito, imitando o movimento que seu coração deveria está fazendo. Mas
era sem sucesso. O cão não voltava e seu dono já estava sem esperanças e
o homem, já muito cansado, olha para a multidão e diz:
- Eu vou tentar pela última vez, o tempo tá correndo e se eu demorar
mais um pouquinho, o coração dele vai parar de vez.
O homem então, respira fundo e volta a fazer. Soprou e massageou, e
nenhum sinal de vida, mas ele continuou, e quando pensou que não mais
aguentaria, quando sentiu seu fôlego já se esgotar, ele deu mais um
sopro, empurrou o peito do cachorro, e então aconteceu. O animal abriu
os olhos e espirrou. Todos então, choraram, e um por um, começou a
abraçar aquele vizinho que eles tanto julgavam, enquanto o cachorro aos
poucos ia se levantando e a primeira coisa que fez foi ir até seu dono
que abaixou e recebeu uma lambida no rosto:
- Seu maluco, você quer me matar do coração, é? Nunca mais faça isso,
viu?
Dizia Daniel, ainda aos prantos ouvindo a respiração ofegante de seu cão
que agora estava alegre, lambendo o rosto de seu dono:
- meu nome é Davi. Sou veterinário, porém estou desempregado no momento.
Mas eu trabalho a muitos anos com isso e já salvei muitos cães assim.
Salvei alguns, perdi outros, sempre gostei de animais de estimação e por
isso escolhi essa profissão pra mim.
Dizia o homem, enquanto via o dono do cachorro se aproximar dele, e com
lágrimas nos olhos, lhe dizer:
- Muito obrigado, meu caro! Você foi mesmo um anjo que chegou aqui
nesse lugar. Se não fosse por você aqui, meu bichinho tinha morrido.
O cachorro lambe o pé do veterinário e faz todos rirem. Com o som das
risadas, o cachorro late:
- Já tá forte, hein?
Comentou o veterinário, já virando as costas, mas foi surpreendido pelo
dono do cachorro mais uma vez:
- Ei! Eu posso te dar um abraço?
E assim aconteceu. Se abraçaram, e depois daquele dia, Davi passou a ser
bem vindo naquele bairro. Ficou conhecido como um herói. Sua história
ficou tão conhecida que logo o homem foi chamado para trabalhar ali
próximo com o que ele sabia fazer. Estava trabalhando fazendo bicos,
pintando paredes, mas o que ele gostava de fazer era cuidar dos animais
e salvar a vida deles como ele salvou a vida de Leôncio. Ah, e depois do
ocorrido, Leôncio passou a ser o paciente que recebia tratamentos
gratuitos nos dias que Davi se encontrava. E agora, naquele bairro,
todos que passavam por ele o cumprimentavam lhe chamando de herói. Um
estranho que todos julgavam por ele ser novo no bairro agora passa a ser
conhecido como herói pelo povo da região, que aprenderam que jamais se
deve julgar um livro pela capa, e sim, pelo que tem dentro.
Davi não falava com a vizinhança porque percebia os olhares de
desprezo. Ninguém falava com ele. Mas quando Leôncio precisou, ali
estava Davi, pronto para ajudar. Esta foi uma lição de vida que ficou
ali naquele bairro, passando de geração em geração.
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