Escolha fatal

O bolo estava cheirando a casa inteira. Clarice havia preparado uma surpresa para o seu esposo, pois, era aniversário dele. Ele era um executivo muito bem sucedido na vida, e ela era advogada, e juntos, eles tinham uma vida ótima financeiramente, e o relacionamento deles que já tinha dez anos de existência também parecia ótimo.
Era aniversário de Cláudio, e Clarice havia preparado um bolo do jeito que ele gostava. Era só ele chegar do trabalho e ela, juntamente com seus familiares e amigos já estariam lhe esperando para bater parabéns e se deliciar daquela festinha apenas para os íntimos.
  Quando já se aproximava a hora de ele chegar, ela chamou a mãe dele, a dona Marlene, o irmão Marcos, a mãe dela Tamires e Antenor, um vizinho grande amigo da família com a esposa grávida de seis meses.
  Estavam todos na casa à espera de Cláudio. Porém, as horas foram passando e  nada de Cláudio chegar, então, Clarice teve uma ideia:
- Gente, eu já liguei pra ele e nada dele atender esse telefone. Eu vou para o ponto de ônibus esperar ele, e eu vou trazer ele até aqui. Ele vai ficar doidinho quando ver isso!
Todos riram. Clarice deu um jeitinho no cabelo e saiu à espera do marido. A ideia de conduzir ele até a surpresa que ela havia preparado para ele lhe pareceu ótima e ela estava super ansiosa.
  Porém, quando ela estava chegando no ponto, seu mundo caiu. Ela o viu abrir a porta do carro, e de dentro dele saiu uma mulher. Ela pôde ver os dois se beijarem na boca pela janela antes de ele partir com o carro direto pra casa. Chorando, Clarice se esconde, e deixa ele passar com o carro, e a segue a pé mesmo.
  Quando Cláudio chegou em casa, todos estranharam ele não estar acompanhado de Clarice, mas mesmo assim, começaram a bater os parabéns.
- Muitas felicidades, muitos a...
A turma parou quando viu Clarice entrar na casa, e pôr seu celular na mesa. Um papel de parede bem grande estava na tela. Era a foto de Cláudio beijando a mulher no carro. Todos olharam aquilo e em seguida, olharam para Cláudio com reprovação em seus olhares:
- Acabou a festa.
Disse Clarice, após  controlar os soluços de seu choro.
- Se vocês quiserem comer o bolo podem comer, mas eu? Eu não quero nada daí. Eu estou arrumando minhas coisas agora para ir embora.
E dizendo isso, Clarice se afasta chorando da cozinha. Cláudio estava sem reação, e sem graça com os olhares de reprovação em sua direção. Foi quando Tamires, mãe de Clarice pegou aquele celular e encostou no rosto dele dizendo:
- Você ficou esses dez anos ao lado dela pra isso? O que que é isso, Cláudio?
 Será que você pode ao menos nos dar uma explicação?
Todos estavam calados. Marcos, o irmão dele então resolve manifestar-se:
- Fale alguma coisa, você acha que sua esposa merece isso?
- Eu vou ir embora.
Disse a mulher grávida de Antenor, o vizinho. O vizinho concordou e se levantou, pegando na mão de sua esposa e saindo da casa, restando somente a mãe dele, a sogra e o irmão. Tamires dá um tapa na cara de Cláudio. Marlene, a mãe dele, segura a moça:
- Calma, calma!
- Calma porque não é a sua filha que está sofrendo com a traição de um canálha feito o seu filho!
Berrou Tamires, nervosa. Sem resposta, o homem chora. Tamires bate palmas:
- Oh! Que legal! Está chorando por quê, hein? Canalha! Safado!
Cláudio se afasta e vai para a rua. Marcos e Marlene vão atrás dele, e Tamires sobe para o quarto para ver sua filha, que chorava enquanto arrumava suas coisas.
Na casa de sua mãe, Cláudio chorava. Sua mãe e irmão tentavam conversar com ele.
- A quanto tempo você vem fazendo isso?
Perguntou sua mãe, enquanto Marcos lhe trazia uma água. Ele bebe a água e consegue se acalmar um pouco:
- Eu conheci ela no trabalho. faz um pouco mais de um ano.
- Um ano traindo a Clarice?
Perguntou seu irmão espantado:
- Essa não foi a educação que eu te dei, meu filho. Não foi a educação que eu te dei, e nem pro seu irmão. Que vergonha! A sua esposa preparando uma surpresa pra você e é assim que você a retribui, com uma traição! Que vergonha pra sua mãe, meu filho. Que vergonha!
Cláudio chora.
Cláudio não voltou pra casa naquela noite. Dormiu na casa da mãe, e quando ele voltou no outro dia pela manhã na casa onde ele morou com sua esposa por dez anos, ele não viu ela e nem a mãe dela, apenas o bolo sobre a mesa com várias formigas em cima. Ele debruçou-se naquela mesa e chorou como nunca havia chorado na vida. Ele havia jogado seu casamento de dez anos no lixo, e só agora que a ficha havia caído.
  Cláudio passou a viver solitário naquela casa. Ia trabalhar, e depois do trabalho, ele bebia e dormia com a amante, já que era o que havia lhe restado. Porém, Cláudio estava tão deprimido e arrependido do que havia feito, que terminou seu relacionamento com a amante e passou a viver sozinho, bêbado, e tendo de ser carregado pelo irmão.
Clarice estava agora morando com sua mãe, e levando a vida como podia. Ela chorava quando ia dormir, mas ela estava tentando esquecer. Mas quando ela pensou que não podia ficar pior, ficou.
Numa certa manhã, ela acordou muito enjoada, e teve de sair mais cedo do trabalho após sentir uma tontura e desmaiar. Ela começou a ficar apreensiva, mas guardou a apreensão para si até o dia seguinte, que era o dia da menstruação descer para ela, o que não aconteceu.
Clarice foi correndo na farmácia e comprou um teste, e quando chegou em casa, ela já se trancou no banheiro para fazer o bendito. Suas suspeitas estavam certas. Ela estava grávida, e nem teve de esperar muito tempo para as duas listras aparecer. Ela teve uma crise de choro. Ficou tão abalada que não foi trabalhar naquele dia. Ela não via Cláudio desde o dia de seu aniversário, já tinha um mês, e agora? Como ela iria lhe dizer de sua gravidez?

  Muito deprimido, Cláudio acabou sendo demitido por faltar muito ao trabalho. Ele só ficava em casa, deitado e dormindo a base de anti depressivos. E foi em mais um dia como este que a campainha da casa dele tocou, e foi Marlene quem abriu a porta para se deparar com Tamires:
- Tamires? Tudo bem?
Tamires abre a bolsa e tira dela o teste de gravidez, e entrega para Marlene:
- Entregue isso ao traste do seu filho. Diga a ele que infelizmente, ele não poderá sair para sempre da vida de minha filha.
E dizendo  isso, Tamires vai embora.
O exame de sangue confirmou a gravidez. Cláudio passou a reagir mais com a   notícia da gravidez de Clarice. Procurou um novo emprego e voltou a trabalhar em uma outra empresa, mas ainda precisava dos anti depressivos.
Quando Clarice foi fazer seu primeiro pré-natal, Cláudio apareceu de surpresa, e acompanhou a consulta, e depois da mesma, ele pediu para conversar com Clarice, mas esta foi grossa com ele, e lhe disse:
- Quando o bebê nascer, a gente vê o que faz. Aliás, eu não sei nem o que você veio fazer aqui.
- Eu fiquei feliz em saber de sua gravidez, Clarice.
Disse ele, com lágrimas nos olhos.
- Legal.
Disse ela:
- Eu também fiquei.
Ela conclui:
- Eu não faço questão que você me acompanhe nos pré--natais, mas farei questão que você seja presente ao menos na vida do seu filho. Vamos ver se pelo menos, para ser um bom pai você presta.
E se afasta dele, o olhando com nojo. Cláudio encostou-se em uma parede e chorou feito uma criança perdida, e em seguida foi embora.
Apesar da raiva que Tamires, mãe de Clarice, havia ficado de Cláudio pelo que ele havia feito com sua filha, ela não concordava com a ideia da filha de privá-lo de saber sobre o desenvolvimento de seu filho. Ela sempre ligava para falar dos pré-natais e lhe mandava fotos dos ultrassons de Clarice. Cláudio sempre a via passar com aquele barrigão, e voltava  pra casa chorando por nunca ter conseguido tocar naquela barriga.
Clarice estava agora com nove meses. O trabalho de parto poderia acontecer a qualquer momento. Trinta e sete semanas, oito, nove, quarenta. Nada de bebê. A barriga só crescia, e Cláudio ficava sempre escondido em algum lugar, só para vê-la passar com aquele barrigão, e depois, ele voltava pra casa e chorava sentindo vontade de alisar  aquela barriga. Tudo que ele sabia, era que seria uma menina, e que Clarice a chamou de Gabriela, Gabi. Ele chorava por nem disso  ter participado. Ele se arrependia muito do que havia feito, mas não tinha o que fazer.
Foi numa certa madrugada então, que Cláudio recebeu um telefonema. Era Tamires. Ela estava desesperada. Clarice havia entrado em trabalho de parto, e o hospital que ela fez todo o pré-natal e pretendia ganhar o bebê era longe, e as contrações já estavam vindo a cada cinco minutos.
Cláudio se levantou e foi correndo para a casa da ex-sogra com o carro, e sua mãe foi junto, e Marcos continuou dormindo já que trabalharia, e levantaria logo cedo.
era uma hora da manhã quando Cláudio chegou na casa, para encontrar Clarice segurando a barriga e gemendo de dor. Ele aproximou-se dela, e pela primeira vez, tocou-lhe a barriga:
- Eu vou te levar para o hospital, vou tentar ser o mais rápido possível.
Ele disse, ajudando sua mãe com as malas. Colocaram tudo no carro e partiram:
- As contrações começaram às oito da noite, mas ela sempre teve isso. Fiquei com medo de levar ela pro hospital e eles mandarem a gente de volta pra casa, ia ficar muito tarde pra voltarmos, o hospital fica a quase duas horas daqui.
Dizia Tamires:
- As contrações estavam sem ritmo, vinha uma, depois de trinta minutos vinha outra, depois de uma hora vinha outra, e ficou assim até meia-noite, quando começou finalmente ficar de meia em meia hora.
De repente, uma molhadeira no carro. A bolsa de Clarice havia rompido e Tamires começou a gritar para que ele corresse mais com o carro:
 Calma Tamires, ele não pode correr muito, se não, ele pode colocar a vida de todos nós em risco.
Disse Marlene, tentando acalmar Tamires. Clarice estava gemendo. As contrações pareciam não dar intervalo. Estavam vindo agora a cada três minutos.
  Chegaram no hospital por volta das duas e meia da manhã graças à pista limpa devido ao horário. Clarice já estava com oito centímetros de dilatação e foi posta em uma sala de pré-parto. Nesta sala, as enfermeiras deixaram duas pessoas ficarem com ela, mas na sala do parto propriamente dito, só poderia um, e tamanha foi a tristeza de Cláudio quando Clarice disse que queria sua mãe com ela na hora do parto. Cláudio sentiu vontade de chorar, mas se conteve.
  Tamires e Cláudio ficaram com ela no pré-parto. Sua mãe lhe jogou água nas costas enquanto ela estava no chuveiro, e foi quando Clarice começou a sentir vontade de fazer força. Tamires tirou ela do chuveiro e a colocou na cama que havia na sala e pediu para que Cláudio ficasse com ela enquanto ela iria chamar uma médica e assinar alguns papéis para finalmente ir para a sala do parto.
Ao se deitar, Clarice começou a gritar e a fazer muita força. Cláudio ficou desesperado:
- Clarice não faça isso, espera a médica vim pra te levar para a sala do parto!
Ele disse, em tom de desespero:
- Mas eu não consigo, é mais forte do que eu!
Ela fica ofegante. Uns dez segundos depois, outra contração, e outra força. Cláudio começou a se desesperar, pois, Tamires estava demorando muito para voltar, e até aquela hora não havia aparecido nenhum médico. Ele foi para os pés da cama e deu um grito ao ver a cabeça do bebê:
- Ai meu deus do céu! Cadê os médicos desse hospital! Minha filha tá nascendo!
Ele gritou, parecendo mais que era ele quem estava sentindo as dores do parto:
- Por favor, segure ela!
Disse Clarice, fazendo outra força. Cláudio estava vendo o bebê descer cada vez mais. Foi neste momento, que chegou a enfermeira, e disse:
- Nossa, nem preciso dar toque pra saber que ela já está com dez de dilatação. Eu preciso buscar uma cadeira de rodas para levá-la a sala de parto.
- Não!
Gritou Cláudio:
- Você não tá vendo que não dá, que se ela descer daí, o bebê vai cair no chão?
- Bem, o bebê não pode nascer aqui.
Disse a enfermeira:
- Eu vou buscar uma maca então, e vou chamar a médica plantonista.
Clarice grita. Cláudio está parado nos pés da cama, na frente dela. Ele teve uma ideia um tanto inusitada quando a enfermeira saiu:
- Clarice, eu vou pegar suas pernas e vou colocar no meu ombro. Você bota os pés aqui no meu ombro e pode me empurrar, eu juro que não vou cair, certo?
Ele coloca os pés dela nos ombros dele, e segurou nas dobras dos joelhos dela:
- Pode me empurrar.
Ele disse, e ela já estava empurrando. Tamires entrou na hora, e deu um grito ao se deparar com a cena. Cláudio ajoelhado no chão com os pés de Clarice no ombro:
- Mas o que que é isso? Onde está a médica?
Perguntou Tamires desesperada e saindo da sala aos berros chamando por médicos e enfermeiros:
- Só mais uma força e você consegue.
Ele disse. Foram mais duas forças até sair a cabeça do bebê. Cláudio segurou em suas mãos enquanto Clarice fazia mais uma força. Ele agora, a tinha inteira em suas mãos. Gabi já nasceu chorando bem alto, estreando seus plenos pulmões. Tamires voltou com a enfermeira e a médica. Elas estavam vindo com a maca, mas já era tarde. Gabi estava agora em cima da mãe, que abraçada a ela, chorava.
- Nossa, que parto rápido para primeiro filho, hein?
Disse a enfermeira. Os procedimentos que se sucederam foram acontecendo. Cortaram o cordão, retiraram a placenta e Clarice foi para um quarto. Apesar do parto um tanto inusitado, ela e a filha estavam bem.
Marlene só pode conhecer a neta por volta das sete da manhã. Ela nasceu por volta das três e vinte da manhã. Clarice já estava em um quarto e amamentava Gabi, que nasceu com cinquenta e um centímetros e 4 quilos e 200 Gramas. Era uma bebê cabeluda e bem branquinha, gordinha e que não tinha quem não quisesse pegá-la no colo.
  Marcos ainda no trabalho, soube do nascimento de sua sobrinha, e ficou apaixonado com a foto dela e já estava  doido para visitar.
  Por volta das oito da manhã, chega o momento que Cláudio tanto esperava. Ele estava sozinho com Clarice naquele quarto, olhando sua bebê dormir. Clarice olha para ele:
- obrigada por tudo que você fez por mim.
Ele sorriu.
- Eu... Sempre quis ter essa aproximação, mas você nunca me permitiu.
Ele diz com tristeza.
- Éé... Dá pra ver que você não é de tudo ruim assim.
Ela diz sorrindo.
- Você fez meu parto, improvisou umas coisas ali que eu jamais vou me esquecer. Foi engraçado. Agora pensando, me dá vontade de rir.
Ela diz sorrindo. Cláudio se aproxima mais dela:
- Eu sofri muito, e me arrependi muito pelo que fiz com você, sabe?
Ela nada diz:
- Eu queria que você...
Ele suspira:
- Eu sei o que você quer. Quer que eu te perdoe, não é?
Ele faz que sim. Clarice suspira.
- Eu te amei muito, Cláudio. Eu acho que eu não merecia o que você fez comigo.
- Não mesmo.
Ele diz, com lágrimas nos olhos.
- Mas apesar de tudo, como eu já disse, deu pra perceber que você não é de tudo ruim assim.
Breve silêncio.
- Isso significa que você me perdoa pelo que fiz?
Ele quebra o silêncio.
- Eu perdoo. Eu perdoo, e queria que você me perdoasse também por eu ter te privado de muita coisa. Você trouxe a nossa filha ao mundo e isso mexeu muito comigo. Confesso que fiquei arrependida de não ter deixado você participar do desenvolvimento dela, mas eu estava muito magoada, entende?
Ela faz que sim.
- Podemos então, voltar a ser uma família, e contar juntos para a nossa filha sobre esse...
- Pera aí!
Ela o interrompe:
- Perdoar não significa que eu irei voltar pra você.
Cláudio engole seco:
- Cláudio, eu jamais vou conseguir confiar em você de novo. Eu sei, você se arrependeu, mas ao mesmo tempo você me machucou muito. Eu te perdoo, me livro da mágoa que eu tinha de você, mas voltar a conviver com você de novo como sua esposa infelizmente não dá. Nós podemos cuidar de nossa filha juntos sim, mas em casas separadas. Moramos perto, você poderá vê-la todos os dias. Verá ela crescer, quando ela tiver grandinha, ela terá duas casas, e é assim que iremos conviver.
Cláudio abaixa a cabeça, e chora.
- Te entendo Clarice. Acho que eu no seu lugar também não confiaria em alguém que me traiu.
Ele soluça. Ela acaricia seu rosto:
- eu não tenho nada contra você, mas ser sua mulher de novo eu não vou conseguir, eu sinto muito.
- Tudo bem Clarice.
Ele diz, enxugando os olhos, eu não vou insistir. Mas saiba você que no que você precisar, eu estarei aqui, e a hora que você quiser voltar pra mim, se você resolver um dia mudar de ideia, eu posso estar de casamento marcado, mas eu desmarco pra ficar com você.
Ele sai da sala chorando. Clarice também chora logo em seguida, mas ela estava decidida. Ela não estava disposta a conviver com Cláudio, pois ela sabia que jamais conseguiria conviver com ele. Seu relacionamento com ele seria de brigas e desconfianças, já que a confiança uma vez quebrada, muito dificilmente ela se constrói novamente.
  Os dois passaram a conviver então como dois grandes amigos. Cláudio ficou os primeiros vinte e oito dias juntamente com sua mãe, dormindo na casa de Tamires só pra poder conviver esses primeiros dias com sua filha. Depois disso, ele ia visitar sua bebê todos os dias, e Cláudio fazia de tudo para ver sua filha bem. Comprava as melhores roupas, os melhores óleos e fraldas, tudo do melhor ele comprava pra ela e não lhe deixava faltar nada.
Tempos depois, Clarice conheceu um homem. Gabi estava agora com dois anos quando ela conheceu esse rapaz, e dois anos depois, Clarice estava novamente grávida. Clarice casou-se com este homem, casou com uma barriga de seis meses, e Gabi, agora com quatro anos, foi daminha junto com o filho de Antenor, o vizinho que ainda morava por lá. Cláudio, apesar de ter sido convidado, não foi ao casamento. Ele passou a noite em seu quarto chorando por ter perdido a mulher amada por causa de uma aventura.
Ele continuou trabalhando, e vivia uma vida de solteirão, cada vez com uma moça diferente que ele ficava no serviço, pois, ele não se achava digno de ficar com mais ninguém. A depressão era a sua companheira fiel, e os anti depressivos também. mas sua alegria logo aparecia quando sua filhinha vinha toda alegre pular em seu colo, chamando-o para brincar. Ele tinha sua mãe, seu irmão, sua filha. Ele teve muitas  festinhas de aniversário, muitas mulheres, mas nada era capaz de arrancar do coração dele o remorso de um dia ter trocado uma vida inteira por um momento.

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