O viajante
certa vez, um viajante estava dirigindo pelas ruas escuras de uma
cidade que ele nem sequer conhecia direito. Cansado de dirigir, e já com
bastante sono, ele começou a circular pelo local à procura de algum
hotel onde ele pudesse se hospedar.
Depois de muito circular e não encontrar, o viajante começa a ficar
desanimado, mas ele sabia que precisava procurar porque ele não queria
ficar parado no meio do nada dormindo em seu carro.
Então, depois de muito dirigir, ele viu uma luz ao longe e, pensando
ser um hotel, ele dirigiu até lá, mas tamanha foi a sua surpresa ao ver
que se tratava de uma casa. A surpresa foi devido ao local onde aquela
casa se localizava. Era uma casa na beira da estrada, onde até o tráfego
de carros àquela hora da noite era pouco.
O viajante, já cansado resolve parar o carro e andar até a casa. Pelo
fato de ter luz acesa, ele achou que tivesse alguém acordado, então ele
resolveu bater na porta. Bateu, e olhou o relógio. Ficou sem graça ao
ver que já passava da meia-noite, mas ele resolveu insistir. Bateu mais
uma vez, e esperou. Nada aconteceu. Ele ia bater a terceira quando notou
algo. A porta estava entreaberta.
Apesar do medo de entrar na casa, ele resolve abrir aquela porta
vagarosamente. pensou que algum casal de velhinhos pudessem estar
morando naquela casa e, talvez, poderiam ter esquecido a porta aberta,
ou, quem sabe, ele os livrariam de algum ladrão que possivelmente
poderia ter invadido a casa dos velhinhos. Em fim. Ele não sabia. Ele só
sabia que estava muito cansado e agora, bastante curioso para saber o
porque que alguém deixaria a porta da casa entreaberta àquelas horas da
noite. Em fim.
Vagarosamente ele abre a porta e, preparado para lutar com o que quer
que fosse, ele anda passo por passo até chegar na entrada da casa onde
ele ficou ainda mais surpreso. A casa estava toda mobiliada, tinham dois
sofás na sala, uma estante sem nada, os quartos haviam apenas as camas
e no banheiro, um armário vazio. a casa estava mobiliada, porém, com
poucas mobílias, parecendo abandonada. Na cozinha, apenas o fogão e a
pia estavam lá, nem mesa havia naquela cozinha. O banheiro era grande,
com apenas a pia, vaso, e um grande espelho na parede, e um armário
vazio como já foi citado. O box tinha uma porta de vidro, mostrando que
aquela casa parecia pertencer mesmo a alguém, mas... Quem largaria a
casa com a porta entreaberta? Se morava alguém, porque os armários
estavam vazios e os mobiliários eram poucos?
Ainda bastante confuso e ao mesmo tempo um pouco assustado, o viajante
procura se acomodar em um dos quartos. Ele apagou todas as luzes da casa
e entrou em um dos quartos e, em uma das camas. ele fez sua própria bolsa
de travesseiro e, pelo fato daquela noite está um pouco quente, ele não
precisou de cobertor.
Pouco tempo depois, quando o homem já estava quase dormindo, ele
acordou ouvindo passos. achando se tratar dos donos da casa, ele prestou
a atenção e notou que aqueles passos vinham em direção ao quarto:
- Oi!
Ele diz, em um ato de coragem:
- Desculpe estar invadindo a casa de vocês, é que eu sou um viajante e
não conheço a cidade, daí encontrei a porta aberta aqui e entrei, mas se
quiserem que eu saio, eu saio.
Ele diz, e os passos imediatamente pararam e ele não teve nenhuma
resposta. Preocupado, o viajante saiu do quarto, acendeu as luzes e foi
procurar pela casa, não encontrando nada e nem ninguém. Achando tudo
muito estranho, ele voltou a dormir.
Pouco tempo depois, o viajante volta a ouvir aqueles passos, só que
dessa vez, os passos pareciam estarem dentro do quarto. Ele se virou
bruscamente para ver quem era, e assim que ele fez isso, os passos
pararam.
O viajante começou a ficar assustado com aquilo. Chegou a pensar que
alguém poderia estar brincando com ele. Ele olhou o quarto, nada. Andou
pela casa, e nada encontrou. Apesar de assustado, ele resolveu voltar a
dormir, e dessa vez, ele fechou a porta do quarto, trancando-a pelo lado
de dentro, e sentindo-se mais seguro, ele deitou na cama e voltou a
dormir.
Pouco tempo depois, o viajante acorda mais uma vez, só que dessa vez,
não foram os sons dos malditos passos que o acordaram, mas sim, algo
ainda pior. Ele sentiu o colchão abaixar como se alguém tivesse sentado
na beirada da cama, e pouco tempo depois, ele sentiu a bolsa que ele
fazia de travesseiro também abaixar, como se alguém tivesse deitado a
cabeça ali, junto com ele. O viajante então, começou a ficar apavorado.
Teve tanto medo que ele não conseguiu se mexer. Ficou apenas ali,
observando aquele fenômeno estranho e assustador. Passou-se poucos
segundos até ele sentir uma respiração gelada em sua nuca que o deixou
arrepiado da cabeça aos pés. Mas, apesar do pavor, ainda lhe restava um
pouco de coragem, então ele se virou bruscamente, jogando os braços na
direção do que quer que estivesse deitado ali ao lado dele, porém, seus
braços não tocaram em nada. Não havia ninguém deitado ao lado dele. A
porta estava trancada, do jeitinho que ele havia deixado. Aí, o
viajante sentiu medo. Não havia outra opção a se pensar além de
assombrações.
O sono então acabou. O viajante ficou ali, sentado na cama tentando
imaginar o que poderia estar acontecendo. Chegou a pensar que talvez o
cansaço tivesse lhe pregando peças, mas tudo parecia muito real para
ser apenas invenção de uma mente fértil e cansada.
O viajante se levanta da cama e vai até ao banheiro. depois de um
momento de tanto pavor, ele precisava agora aliviar a bexiga. O pobre
homem ainda se encontrava ofegante, os efeitos de tanta adrenalina ainda
prevalecia em seu corpo.
Chegou no banheiro e começou a tatear a parede afim de encontrar o
interruptor para acender a luz, e logo achou. Acendeu a luz, olhou
desconfiado para os lados e se aproximou da privada. Enquanto se
aliviava, o homem sentiu um arrepio. Um frio congelante lhe invadiu a
espinha, talvez fruto do medo que aquele lugar estava lhe causando devido
aos fatos estranhos. Suspirou, e tentou pôr em sua cabeça que aquilo ia
passar, e que era apenas fruto do medo que ele estava sentindo. Foi
quando de repente, a porta do box começou a chacoalhar, como se alguém
do lado de dentro estivesse lá dentro, balançando aquela porta. O homem
tomou um baita susto. Ele mal pôde terminar de urinar e já foi fechando
as calças e saiu correndo do banheiro, sem apagar a luz e sem dar
descarga. Entrou no quarto novamente e trancou a porta, e de lá, ele
podia o que quer que estivesse chacoalhando a porta do box agora
esmurrando aquela porta. O que quer que estivesse lá dentro estava agora
furioso, esmurrando a porta e balançando-a com força. O viajante estava
agora com muita vontade de ir embora daquela casa. Ele não queria ficar
mais nenhum segundo ali dentro. Agora, ele tinha certeza absoluta de que
aquela casa era mal assombrada, não tinha outra explicação. Porém, o
viajante estava com medo. Ele não queria sair daquele quarto por nada,
com medo do que quer que estivesse no banheiro esmurrando a porta do
box.
Ele trancou a porta do quarto outra vez e se jogou na cama. Fechou os
olhos, mas o som da sua própria respiração ofegante não o deixava
dormir. Aliás, dormir depois de tanto pavor, é possível?
Passaram-se alguns minutos até que tudo pareceu aquietar. O viajante
estava bem mais calmo agora, estava tão calmo que até o sono veio com
força e ele dormiu profundamente, acordando algumas horas depois com um
murro na porta do quarto. Ele se perguntava o que é que ele ainda estava
fazendo naquela casa, apesar de achar que ele tinha sonhado com aquele
som que o assustou. Ele olhou o relógio e viu que eram duas e 40 da
manhã, então ele se virou para o lado e aí, de novo o murro na porta, só
que dessa vez, o que estava lá fora esmurrando a porta começou a forçar
a fechadura. O homem podia ver a fechadura se mexer como se o que quer
que estivesse lá fora quisesse de todo custo entrar no quarto. Apesar de
ter durado cerca de trinta segundos, o viajante ficou apavorado, e
agora, mais do que nunca ele queria e precisava sair daquela casa
sinistra.
Ele pegou sua bolsa e se levantou da cama. Estava prestes a sair
quando ele ouviu uma voz baixa e rouca dizer:
- Mauro... Mauro...
Nesse momento, o homem engasgou de medo. Como se já não bastassem os
passos, a pessoa deitada ao seu lado, o chacoalhar da porta do box, a
fechadura mexendo sozinha agora aquilo estava lhe chamando pelo nome com
aquela voz baixa e rouca?
- Mauro... Mauro...
Mauro sempre foi um homem muito corajoso, que nunca acreditou no
sobrenatural. Nunca foi de ter medo de nada, nem de bandidos. Mas agora,
lágrimas de medo e pavor começaram a tomar conta de seu rosto. Como se
defender de algo que ele não ver? Como lutar com algo que ele não
conhece?
Ele passa a mão no rosto, toma coragem, segura firme a sua bolsa,
corre até a porta, abre e sai correndo, porém, no meio da correria ele
sente uma mão gelada e ossuda agarrar seus tornozelos, impedindo que ele
desse qualquer passo. Nessa hora, todo seu medo e pavor esgotou e ele
gritou, gritou com toda a força que havia em seus pulmões. Então, ele
sente as mãos misteriosas soltarem seus tornozelos, e quando ele pensou
em correr, as mãos voltam a lhe agarrar, só que agora nas canelas. Mauro
pensou que fosse morrer nessa hora. Foi quando as mãos fantasmagóricas
soltaram suas canelas e ele não correu, ele pulou. corria e pulava afim
de sair daquela casa o mais rápido possível. Foi quando ele sentiu como
se duas mãos empurrasse seu peito, fazendo-o cair para trás. Mauro caiu,
e a partir desse momento, ele não viu mais nada. despertou no dia
seguinte com um homem lhe tocando o ombro e perguntando:
- Está tudo bem, meu jovem?
Mauro, ainda muito confuso disse que sim, e perguntou onde ele estava:
- Bem, você está dormindo na beira da estrada, bem na calçada, quase
dentro do canteiro que divide a estrada, meu grande. Mauro esfrega os olhos e olha para os lados, e nessa hora ele tomou um
baita susto. Ao lado dele estava o carro, e do outro lado, onde deveria
estar a casa, estava o canteiro que dividia as estradas. Não havia casa
nenhuma, era como se ele simplesmente tivesse parado o carro e se deitado
na beira da estrada para dormir. Então, assustado e muito confuso, ele
contou ao homem o que tinha acontecido, e este riu, e disse:
- É, meu amigo! Você não é o primeiro viajante que amanhece dormindo na
beirada dessa estrada. A muito tempo atrás, a muito tempo mesmo, existia
sim, uma casa aqui. Só que a casa era grande, e um senhor morava nessa
casa sozinho e, por ela ser uma casa muito grande, ele resolveu então,
hospedar viajantes cansados como você. Só que esse velhinho era um
psicopata maluco. Ele colocava o anúncio, os viajantes paravam para se
hospedar na casa dele, e daí ele convidava para um drink, era bastante
simpático. E depois do lanche e papo com o velho, os viajantes dormiam
em um sono profundo, e daí, o velho roubava os pertences das vítimas e
depois os matavam de forma cruel. Daí ele foi descoberto, foi preso, e
morreu na prisão. Daí, passado um tempo, a casa foi demolida e foi
construída essa divisa da estrada. Mas, ainda hoje dizem que a casa permanece aqui na estrada, aberta, para os
viajantes descansarem. Se é verdade, muita gente não sabe, mas que
muitos viajantes passaram a acordar aí nessa calçada como você, ah, isso
sim, isso é verídico e muita gente não entende o porque desses homens
acordarem aqui, deitados na beira da estrada.
Mauro, ainda muito assustado agradeceu ao homem que o
ajudou a levantar. Ele abriu a porta do carro, colocou sua bolsa no banco de trás
e entrou, batendo a porta. O homem então, esticou a mão e Mauro o
cumprimentou pela janela, e ainda segurando sua mão, o homem disse:
- cuidado com essa estrada, hein irmão? Os rumores de que ela é
assombrada é bem forte, e você pôde conferir de perto. cuidado com casas
abandonadas no meio da estrada, procure sempre se hospedar em um hotel,
mesmo que esteja difícil de encontrar. Mauro agradeceu e seguiu viagem, ainda bastante intrigado com o que
tinha lhe acontecido naquela noite. Mas, aprendeu a lição. Nunca mais
ele resolveu invadir casas, principalmente em beiras de estradas para
dormir. Quando ele viajava à noite e via alguma casa, principalmente
na beira da estrada, ele passava voado com o carro por ali, e passou a se hospedar sempre em
hotéis, mesmo que ele só encontrasse um por volta das quatro da manhã.
Ele preferia passar a noite rondando em busca de um hotel do que passar
por tudo que ele passou outra vez.
cidade que ele nem sequer conhecia direito. Cansado de dirigir, e já com
bastante sono, ele começou a circular pelo local à procura de algum
hotel onde ele pudesse se hospedar.
Depois de muito circular e não encontrar, o viajante começa a ficar
desanimado, mas ele sabia que precisava procurar porque ele não queria
ficar parado no meio do nada dormindo em seu carro.
Então, depois de muito dirigir, ele viu uma luz ao longe e, pensando
ser um hotel, ele dirigiu até lá, mas tamanha foi a sua surpresa ao ver
que se tratava de uma casa. A surpresa foi devido ao local onde aquela
casa se localizava. Era uma casa na beira da estrada, onde até o tráfego
de carros àquela hora da noite era pouco.
O viajante, já cansado resolve parar o carro e andar até a casa. Pelo
fato de ter luz acesa, ele achou que tivesse alguém acordado, então ele
resolveu bater na porta. Bateu, e olhou o relógio. Ficou sem graça ao
ver que já passava da meia-noite, mas ele resolveu insistir. Bateu mais
uma vez, e esperou. Nada aconteceu. Ele ia bater a terceira quando notou
algo. A porta estava entreaberta.
Apesar do medo de entrar na casa, ele resolve abrir aquela porta
vagarosamente. pensou que algum casal de velhinhos pudessem estar
morando naquela casa e, talvez, poderiam ter esquecido a porta aberta,
ou, quem sabe, ele os livrariam de algum ladrão que possivelmente
poderia ter invadido a casa dos velhinhos. Em fim. Ele não sabia. Ele só
sabia que estava muito cansado e agora, bastante curioso para saber o
porque que alguém deixaria a porta da casa entreaberta àquelas horas da
noite. Em fim.
Vagarosamente ele abre a porta e, preparado para lutar com o que quer
que fosse, ele anda passo por passo até chegar na entrada da casa onde
ele ficou ainda mais surpreso. A casa estava toda mobiliada, tinham dois
sofás na sala, uma estante sem nada, os quartos haviam apenas as camas
e no banheiro, um armário vazio. a casa estava mobiliada, porém, com
poucas mobílias, parecendo abandonada. Na cozinha, apenas o fogão e a
pia estavam lá, nem mesa havia naquela cozinha. O banheiro era grande,
com apenas a pia, vaso, e um grande espelho na parede, e um armário
vazio como já foi citado. O box tinha uma porta de vidro, mostrando que
aquela casa parecia pertencer mesmo a alguém, mas... Quem largaria a
casa com a porta entreaberta? Se morava alguém, porque os armários
estavam vazios e os mobiliários eram poucos?
Ainda bastante confuso e ao mesmo tempo um pouco assustado, o viajante
procura se acomodar em um dos quartos. Ele apagou todas as luzes da casa
e entrou em um dos quartos e, em uma das camas. ele fez sua própria bolsa
de travesseiro e, pelo fato daquela noite está um pouco quente, ele não
precisou de cobertor.
Pouco tempo depois, quando o homem já estava quase dormindo, ele
acordou ouvindo passos. achando se tratar dos donos da casa, ele prestou
a atenção e notou que aqueles passos vinham em direção ao quarto:
- Oi!
Ele diz, em um ato de coragem:
- Desculpe estar invadindo a casa de vocês, é que eu sou um viajante e
não conheço a cidade, daí encontrei a porta aberta aqui e entrei, mas se
quiserem que eu saio, eu saio.
Ele diz, e os passos imediatamente pararam e ele não teve nenhuma
resposta. Preocupado, o viajante saiu do quarto, acendeu as luzes e foi
procurar pela casa, não encontrando nada e nem ninguém. Achando tudo
muito estranho, ele voltou a dormir.
Pouco tempo depois, o viajante volta a ouvir aqueles passos, só que
dessa vez, os passos pareciam estarem dentro do quarto. Ele se virou
bruscamente para ver quem era, e assim que ele fez isso, os passos
pararam.
O viajante começou a ficar assustado com aquilo. Chegou a pensar que
alguém poderia estar brincando com ele. Ele olhou o quarto, nada. Andou
pela casa, e nada encontrou. Apesar de assustado, ele resolveu voltar a
dormir, e dessa vez, ele fechou a porta do quarto, trancando-a pelo lado
de dentro, e sentindo-se mais seguro, ele deitou na cama e voltou a
dormir.
Pouco tempo depois, o viajante acorda mais uma vez, só que dessa vez,
não foram os sons dos malditos passos que o acordaram, mas sim, algo
ainda pior. Ele sentiu o colchão abaixar como se alguém tivesse sentado
na beirada da cama, e pouco tempo depois, ele sentiu a bolsa que ele
fazia de travesseiro também abaixar, como se alguém tivesse deitado a
cabeça ali, junto com ele. O viajante então, começou a ficar apavorado.
Teve tanto medo que ele não conseguiu se mexer. Ficou apenas ali,
observando aquele fenômeno estranho e assustador. Passou-se poucos
segundos até ele sentir uma respiração gelada em sua nuca que o deixou
arrepiado da cabeça aos pés. Mas, apesar do pavor, ainda lhe restava um
pouco de coragem, então ele se virou bruscamente, jogando os braços na
direção do que quer que estivesse deitado ali ao lado dele, porém, seus
braços não tocaram em nada. Não havia ninguém deitado ao lado dele. A
porta estava trancada, do jeitinho que ele havia deixado. Aí, o
viajante sentiu medo. Não havia outra opção a se pensar além de
assombrações.
O sono então acabou. O viajante ficou ali, sentado na cama tentando
imaginar o que poderia estar acontecendo. Chegou a pensar que talvez o
cansaço tivesse lhe pregando peças, mas tudo parecia muito real para
ser apenas invenção de uma mente fértil e cansada.
O viajante se levanta da cama e vai até ao banheiro. depois de um
momento de tanto pavor, ele precisava agora aliviar a bexiga. O pobre
homem ainda se encontrava ofegante, os efeitos de tanta adrenalina ainda
prevalecia em seu corpo.
Chegou no banheiro e começou a tatear a parede afim de encontrar o
interruptor para acender a luz, e logo achou. Acendeu a luz, olhou
desconfiado para os lados e se aproximou da privada. Enquanto se
aliviava, o homem sentiu um arrepio. Um frio congelante lhe invadiu a
espinha, talvez fruto do medo que aquele lugar estava lhe causando devido
aos fatos estranhos. Suspirou, e tentou pôr em sua cabeça que aquilo ia
passar, e que era apenas fruto do medo que ele estava sentindo. Foi
quando de repente, a porta do box começou a chacoalhar, como se alguém
do lado de dentro estivesse lá dentro, balançando aquela porta. O homem
tomou um baita susto. Ele mal pôde terminar de urinar e já foi fechando
as calças e saiu correndo do banheiro, sem apagar a luz e sem dar
descarga. Entrou no quarto novamente e trancou a porta, e de lá, ele
podia o que quer que estivesse chacoalhando a porta do box agora
esmurrando aquela porta. O que quer que estivesse lá dentro estava agora
furioso, esmurrando a porta e balançando-a com força. O viajante estava
agora com muita vontade de ir embora daquela casa. Ele não queria ficar
mais nenhum segundo ali dentro. Agora, ele tinha certeza absoluta de que
aquela casa era mal assombrada, não tinha outra explicação. Porém, o
viajante estava com medo. Ele não queria sair daquele quarto por nada,
com medo do que quer que estivesse no banheiro esmurrando a porta do
box.
Ele trancou a porta do quarto outra vez e se jogou na cama. Fechou os
olhos, mas o som da sua própria respiração ofegante não o deixava
dormir. Aliás, dormir depois de tanto pavor, é possível?
Passaram-se alguns minutos até que tudo pareceu aquietar. O viajante
estava bem mais calmo agora, estava tão calmo que até o sono veio com
força e ele dormiu profundamente, acordando algumas horas depois com um
murro na porta do quarto. Ele se perguntava o que é que ele ainda estava
fazendo naquela casa, apesar de achar que ele tinha sonhado com aquele
som que o assustou. Ele olhou o relógio e viu que eram duas e 40 da
manhã, então ele se virou para o lado e aí, de novo o murro na porta, só
que dessa vez, o que estava lá fora esmurrando a porta começou a forçar
a fechadura. O homem podia ver a fechadura se mexer como se o que quer
que estivesse lá fora quisesse de todo custo entrar no quarto. Apesar de
ter durado cerca de trinta segundos, o viajante ficou apavorado, e
agora, mais do que nunca ele queria e precisava sair daquela casa
sinistra.
Ele pegou sua bolsa e se levantou da cama. Estava prestes a sair
quando ele ouviu uma voz baixa e rouca dizer:
- Mauro... Mauro...
Nesse momento, o homem engasgou de medo. Como se já não bastassem os
passos, a pessoa deitada ao seu lado, o chacoalhar da porta do box, a
fechadura mexendo sozinha agora aquilo estava lhe chamando pelo nome com
aquela voz baixa e rouca?
- Mauro... Mauro...
Mauro sempre foi um homem muito corajoso, que nunca acreditou no
sobrenatural. Nunca foi de ter medo de nada, nem de bandidos. Mas agora,
lágrimas de medo e pavor começaram a tomar conta de seu rosto. Como se
defender de algo que ele não ver? Como lutar com algo que ele não
conhece?
Ele passa a mão no rosto, toma coragem, segura firme a sua bolsa,
corre até a porta, abre e sai correndo, porém, no meio da correria ele
sente uma mão gelada e ossuda agarrar seus tornozelos, impedindo que ele
desse qualquer passo. Nessa hora, todo seu medo e pavor esgotou e ele
gritou, gritou com toda a força que havia em seus pulmões. Então, ele
sente as mãos misteriosas soltarem seus tornozelos, e quando ele pensou
em correr, as mãos voltam a lhe agarrar, só que agora nas canelas. Mauro
pensou que fosse morrer nessa hora. Foi quando as mãos fantasmagóricas
soltaram suas canelas e ele não correu, ele pulou. corria e pulava afim
de sair daquela casa o mais rápido possível. Foi quando ele sentiu como
se duas mãos empurrasse seu peito, fazendo-o cair para trás. Mauro caiu,
e a partir desse momento, ele não viu mais nada. despertou no dia
seguinte com um homem lhe tocando o ombro e perguntando:
- Está tudo bem, meu jovem?
Mauro, ainda muito confuso disse que sim, e perguntou onde ele estava:
- Bem, você está dormindo na beira da estrada, bem na calçada, quase
dentro do canteiro que divide a estrada, meu grande. Mauro esfrega os olhos e olha para os lados, e nessa hora ele tomou um
baita susto. Ao lado dele estava o carro, e do outro lado, onde deveria
estar a casa, estava o canteiro que dividia as estradas. Não havia casa
nenhuma, era como se ele simplesmente tivesse parado o carro e se deitado
na beira da estrada para dormir. Então, assustado e muito confuso, ele
contou ao homem o que tinha acontecido, e este riu, e disse:
- É, meu amigo! Você não é o primeiro viajante que amanhece dormindo na
beirada dessa estrada. A muito tempo atrás, a muito tempo mesmo, existia
sim, uma casa aqui. Só que a casa era grande, e um senhor morava nessa
casa sozinho e, por ela ser uma casa muito grande, ele resolveu então,
hospedar viajantes cansados como você. Só que esse velhinho era um
psicopata maluco. Ele colocava o anúncio, os viajantes paravam para se
hospedar na casa dele, e daí ele convidava para um drink, era bastante
simpático. E depois do lanche e papo com o velho, os viajantes dormiam
em um sono profundo, e daí, o velho roubava os pertences das vítimas e
depois os matavam de forma cruel. Daí ele foi descoberto, foi preso, e
morreu na prisão. Daí, passado um tempo, a casa foi demolida e foi
construída essa divisa da estrada. Mas, ainda hoje dizem que a casa permanece aqui na estrada, aberta, para os
viajantes descansarem. Se é verdade, muita gente não sabe, mas que
muitos viajantes passaram a acordar aí nessa calçada como você, ah, isso
sim, isso é verídico e muita gente não entende o porque desses homens
acordarem aqui, deitados na beira da estrada.
Mauro, ainda muito assustado agradeceu ao homem que o
ajudou a levantar. Ele abriu a porta do carro, colocou sua bolsa no banco de trás
e entrou, batendo a porta. O homem então, esticou a mão e Mauro o
cumprimentou pela janela, e ainda segurando sua mão, o homem disse:
- cuidado com essa estrada, hein irmão? Os rumores de que ela é
assombrada é bem forte, e você pôde conferir de perto. cuidado com casas
abandonadas no meio da estrada, procure sempre se hospedar em um hotel,
mesmo que esteja difícil de encontrar. Mauro agradeceu e seguiu viagem, ainda bastante intrigado com o que
tinha lhe acontecido naquela noite. Mas, aprendeu a lição. Nunca mais
ele resolveu invadir casas, principalmente em beiras de estradas para
dormir. Quando ele viajava à noite e via alguma casa, principalmente
na beira da estrada, ele passava voado com o carro por ali, e passou a se hospedar sempre em
hotéis, mesmo que ele só encontrasse um por volta das quatro da manhã.
Ele preferia passar a noite rondando em busca de um hotel do que passar
por tudo que ele passou outra vez.
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