O bebê

- Você está grávida.
Disse a médica para Arielle:
- Grávida? Como assim, Grávida? Eu não faço sexo a seis meses.
Argumentou a moça. A doutora balança a cabeça confusa e diz:
- Bem... Eu não sei. Só sei que você está grávida.
Arielle saiu do consultório muito confusa. Ela havia terminado seu relacionamento
 a uns seis meses, como seria possível o diagnóstico de gravidez?
Depois de muito pensar, Arielle chegou a uma conclusão. Depois de solteira, ela passou a frequentar bailles, e poderia ser que ela tenha caído no boa noite Cinderela
e alguém poderia ter abusado dela. Era a única explicação para o seu estranho diagnóstico de gravidez.

  naquele mesmo dia, Arielle procurou uma clínica clandestina e realizou o aborto, arrancando de dentro de si aquele embrião de seis semanas. Porém, um mês se passou
e nada de menstruação. Os enjjoos continuavam, e novamente, os testes de gravidez e exames de sangue davam positivo.
  Mesmo assustada, Arielle resolveu não fazer mais nada, e deixou que a gestação seguisse em frente.
  Conforme a gestação avançava, ela passou a sentir os movimentos daquela coisa. Algo parecia arranhar seu ventre, e seus chutes eram tão fortes que a deixavam
com falta de ar. Os ultrassons mostravam um lindo bebê, mas não era o que parecia. quando Arielle se deitava, ela jurava acordar ouvindo rosnados que vinham de
dentro de sua barriga, e sentia pontadas na barriga como se garras a perfurassem conforme aquele feto diabólico se mexia dentro dela.
  Chegou a hora do parto, e lá foi Arielle, sentindo dores lacerantes como se algo a rasgasse por dentro, como se ela estivesse passando por uma cirurgia a sangue
frio. Aquela, não era uma dor de parto comum. Arielle gritava tanto que mais parecia que alguém estava lhe esquartejando viva, e não parecia mesmo, gritos de uma
mulher dando a luz.


  Nasceu um lindo bebê, pesando quatro quilos e medindo cinquenta e quatro centímetros de parto natural. Os médicos até disseram a ela que deveria ser isso o motivo de tantas dores, mas Arielle sabia que não, e já queria receber alta e não queria levar o bebê com ela:
- É só o trauma do parto, logo logo, levaremos esse meninão para você amamentar. Ele já tem um nome?
- Não.
Ela disse para a enfermeira, sendo levada para o quarto logo em seguida. Ariele acabou por adormecer, cansada das quinze
 horas que ela passou em trabalho de parto para dar a luz ao que quer que seja aquela coisa.
  Ela acordou um tempo depois, com gritos vindos de todo o hospital. Os gritos misturavam-se a um rosnado alto que se espalhava por todo o hospital:
- Mas que diabos está acontecendo?
Perguntou a companheira de quarto, que dividia o mesmo com Ariele:
- Eu... Não sei.
Ela disse, parecendo não querer falar sobre o assunto. Mas ela já poderia imaginar o que estava acontecendo.
Foi quando a porta abriu abruptamente, e um médico entra muito assustado:
- vocês... Precisam ser transferidas.
- Mas o que que está acontecendo?
Perguntou a companheira de quarto:
- Não sabemos explicar... É algo que foge totalmente das explicações que a ciências pode nos dar.
Heis que de repente, ouve-se um súbito impacto na porta que veio abaixo. Um grande animal negro, com longos braços entrou na sala. Ele tinha dentes pontiagudos e seu rosto assemelhava-se ao rosto de um macaco. Seus pés e mãos tinham garras enormes e afiadas e sua pele era escorregadia como a de um peixe. Seus olhos eram de um amarelo reluzente e sua boca abria em um ângulo de cento e oitenta graus. Ariele desmaiou ao ver aquilo, e não conseguiu ver o estrago que a criatura fez. Aquele bicho pulou em cima da companheira de quarto de Arielle e rasgou sua barriga ao meio com suas garras e começou a devorar seus órgãos, e em seguida, passou a comer a carcaça como um cão come restos de ossos. O médico totalmente paralisado não sabia o que fazer, só sentiu a criatura vindo com sua enorme boca aberta, e a última coisa que ele ouviu foram os ossos de seu crânio sendo esmagados pela boca da criatura, que o devorou ali mesmo.
  Quando Arielle acordou, ela estava no chão do quarto e o seu bebê estava sobre ela, mamando em seu peito. Ela podia sentir dentes como de um gato filhote arranhando seu seio enquanto aquilo mamava. Ela pôde ver toda a carnificina e resolveu sair dali. Ela segurou o bebê nos braços e ainda amamentando ela resolveu andar pelo hospital e pôde ver todos os bebês do berçário estraçalhados. Ela viu médicos e enfermeiros, ou pelo menos, o que sobrou deles espalhados por todo o hospital e resolveu sair dali. Ela jogou o bebê com toda força no chão e saiu correndo, porém, antes que ela saísse, ela pôde ouvir sirenes por toda  parte.
Obviamente que Arielle foi acusada de todos aqueles crimes e de abandonar um bebê no chão do hospital e foi presa. Ela não tinha o que explicar, e ninguém acreditou em sua história.
  O bebê foi levado para um orfanato e posteriormente seria adotado por alguma família que desse amor e carinho ao pobre bebê! Pobre bebê que só Arielle sabia o quão malíguino aquilo era.
  Uma semana depois de estar presa, Arielle recebeu uma visita misteriosa. Ela não tinha família, todos haviam lhe abandonado ao verem no jornal a notícia do possível assassinato no hospital com o abandono do pobre bebê que ela acabara de dar a luz.
 Porém, mesmo assim,, ela resolveu falar com sua visita misteriosa. Era uma das enfermeiras sobreviventes, que fugiu na hora do ataque da criatura.
 A enfermeira olhou para Arielle e disse:
- Eu sei que a culpa não é sua. Eu sei que não foi você que cometeu todos aqueles crimes, mas eu sei também que o que eu tenho pra te contar, não vai ajudar em nada para o seu processo, mas você precisa saber.
- Saber do quê?
Perguntou ela, apreensiva:
- Bem...
Disse a enfermeira:
- Seu bebê nasceu lindo e foi posto no berçário. De repente, uma das enfermeiras chamou a atenção para o berço onde ele estava. Não havia mais um bebê lá dentro, mas sim um monstro de pele escura e rosto de macaco. Aquilo se levantou e atacou a todos dentro daquele hospital, e eu só escapei porque fugi.
 Como você deu a luz a um negócio desses?
- Eu... Não sei.
Respondeu Arielle, aos prantos:
- Talvez eu tenha sido escolhida para dar a luz a essa coisa medonha.
- Logo o bebê será adotado, e a família correrá perigo. O que fazer para evitar isso Arielle?
Perguntou a enfermeira:
- Não sei. Eu só sei que eu prefiro mesmo está presa do que está amamentando aquela coisa.
  Seis meses se passava, e o bebê era o mais fofo do orfanato. Os funcionários o batizaram de Felipe, Lipe, era como ele era tratado.

  Foi então que um casal que não podia ter filhos apareceu, e logo se apaixonaram por Lipe e resolveram adotá-lo. Tudo estava ocorrendo super bem, e a notícia da adoção do Lipe saiu nos jornais, emocionando a todos que acompanharam a sua história.
  Mas, cerca de um mês depois, a polícia fora acionada pelos vizinhos que reclamaram de barulhos estranhos na casa, barulhos como gritos e um rosnado alto. Apesar de acharem tudo aquilo muito estranho, a polícia foi ao local, e encontraram na  casa muito sangue, roupas rasgadas e os restos mortais do casal que havia  adotado o bebê.
  Enquanto os policiais faziam as anotações, um choro pôde ser ouvido no quarto. O bebê estava lá, deitado e parecia ter acordado com todo aquele barulho. O policial, feliz pela sobrevivência do bebê, resolveu adotá-lo, e ele logo conseguiu o feito.
  Mas, cerca de três meses depois, o policial simplesmente desapareceu, e em uma lixeira próximo a sua casa estava ele, o Lipe, jogado, pronto para ser adotado. O bebê segurava em suas pequenas mãozinhas um estranho papel, escrito com letras vermelhas:

"Você quer adotar o Lipe? Lipe só precisa de uma família!"


E vocês? Querem adotar o Lipe? Lipe só precisa de uma família.

Thainá de Lima Costa

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